quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Participe na análise do impacto do livro "Nós e a Gripe"

O livro "Nós e a Gripe" será actualizado, mensalmente, pelo menos durante 6 meses, de modo a continuar a contribuir para a informação, conhecimento e bom senso, relacionados com a gripe A.

Para que estas actualizações possam ir ao encontro das dúvidas e necessidades da população, é essencial que partilhem connosco o que pensam do livro e dos seus conteúdos, as questões que gostariam de colocar, as dúvidas que têm e todos os comentários e sugestões que queiram.

Basta aceder ao site www.noseagripe.net e ressponder a um breve questionário, que não levará mais de 5 minutos a preencher. No formulário, existe um espaço para todos os comentários, que teremos muito gosto em receber.

Contamos com a participação de todos!

quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Mutação do vírus H1N1

Desde Abril que a OMS identificou mutações do vírus da Gripe A em diversos países.
Estas mutações já eram esperadas pelas autoridades de saúde e sua significância para a saúde pública ainda não é clara. Recentemente foram identificadas mutações na Noruega e no Reino Unido. Enquanto as identificadas na Noruega provocam doença mais grave, mas continuam sensíveis à vacina e aos antivirais, as mutações verificadas no Reino Unido não provocam doença mais severa mas são resistentes ao antiviral Oseltamivir, porém continuam sensíveis à vacina e ao antiviral Zanamivir.
As mutações só adquirem relevância quando se verifica que as estirpes com mutações estão a circular na comunidade e quando se sobrepõem à actual estirpe do H1N1, o que ainda não é o caso.

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Análise do Impacto do Livro Nós e a Gripe - informação, conhecimento e bom senso

“Nós e a Gripe – Informação, conhecimento e bom senso” constitui o quarto relatório público, em forma de livro, do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica da Escola Nacional de Saúde Pública.

Sendo um “produto” deste Centro de Análise, decidiu-se que todos os proventos financeiros relativos aos direitos de autor reverterão para a expansão e desenvolvimento deste Projecto.

Este livro destina-se a apoiar as pessoas, o cidadão comum, a situarem-se na problemática da gripe, no contexto da pandemia em curso, e do novo ciclo da gripe que com ela se inicia. Pretende proporcionar «conhecimentos críticos» que permitam transformar informação e orientações genéricas em decisões concretas nas circunstâncias específicas em que cada um se encontra.

Dado ter-se escrito sobre uma pandemia em curso, o livro será actualizado mensalmente nos próximos 6 meses no site da editora Gradiva (http://www.gradiva.pt/).

Para que o Centro possa continuar o seu trabalho de análise da resposta social à gripe pandémica, é fundamental analisar o impacto deste livro junto da opinião pública e da rede dedicada, contribuindo para a sua avaliação e actualização mensal que pretende ir ao encontro das dúvidas e percepção dos cidadãos.

Neste sentido, a sua colaboração é fundamental, pelo que pedimos que participe no preenchimento de um pequeno questionário disponível em:

http://www.noseagripe.net/node/246

"Se vacinarmos muitas grávidas evitamos algumas mortes"

Entrevista a Luis Graça, Presidente da Sociedade Portuguesa de Obstetrícia
DN 19 de Novembro de 2009, por Patrícia Jesus.

«As grávidas devem ter medo da vacina contra a gripe A?
Já me telefonaram algumas grávidas a perguntar se mantenho a minha indicação. Neste momento, a evidência científica diz que devem ter muito mais medo de serem infectadas pelo H1N1, do que da vacina. Temos muitas mulheres grávidas que já estiveram nos cuidados intensivos por causa da gripe A. Logo, têm que pesar o risco de contactar com o vírus vivo, contra o risco de contactarem com o vírus morto, na vacina.

Há testes suficientes para garantir a segurança da vacina para as grávidas?
Temos a experiência de haver milhares de mulheres grávidas imunizadas com esta vacina em vários países euriopeus sem qualquer registo de problemas ou de morte fetal. Dos 27 países da União Europeia, 26 estão a usar esta vacina. A Suécia vacinou 2,5 milhões de pessoas e a Noruega cerca de um milhão, incluindo muitas grávidas. Nós, em Portugal, gostamos muito de empolar as situações e é isso que estamos a fazer.

Ontem perguntava: "Se uma mulher partir uma perna dois dias depois de ter sido vacinada, a culpa é da vacina?" Acha que se pode dizer isso?
Isso foi um desabafo. Mas dou-lhe outro exemplo. Se uma grávida for vacinada e dois dias depois tiver uma apendicite e tiver que ser operada, ninguém vai fazer a ligação. E, no entanto, é uma situação mais rara. A morte fetal tardia é mais frequente. A campanha de vacinação começou há quase um mês, o que significa que já morreram outros 25 fetos, mas ninguém fala neles. Não podemos pautar as medidas de saúde pública com receio das notícias da comunicação social.

É de esperar que ocorram mais situações destas?
Quanto mais mulheres grávidas forem vacinadas, maior vai ser o número de fetos, que morreriam na mesma.

E quando é que nos devemos preocupar?
As autoridades de saúde e os médicos, mesmo os que não têm nenhuma relação com o ministério, como é o meu caso, estão atentos. Não estamos de olhos fechados e, se houver uma suspeita forte, seremos os primeiros a levantar o problema e a dizer: "Alto lá!" Mas não há nenhum motivo para o fazer neste momento. O que sei é que, se vacinarmos a maior parte das grávidas, vamos evitar a morte de algumas.»

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Lançamento do livro Nós e a Gripe

Estão todos convidados a assistir ao lançamento do livro

Nós e a Gripe - informação, conhecimento e bom senso - Constantino Sakellarides.


Trata-se de uma obra que não é um acto isolado.

Insere-se no trabalho que a equipa da gripe da Escola Nacional de Saúde Pública, da Universidade Nova de Lisboa, tem vindo a realizar neste domínio, principalmente através do projecto do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica.

E porque assim é, decidiu-se que os proventos financeiros correspondentes à autoria deste livro fossem inteiramente canalizados para assegurar a expansão e continuidade daquele projecto.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Segurança da vacina pandémica

No seguimento das notícias que têm sido recentemente publicadas por vários órgãos de comunicação social, a Organização Mundial de Saúde emitiu um comunicado sobre a segurança da vacina pandémica.

Todos os detalhes deste comunicado podem ser consultados em: http://www.who.int/csr/disease/swineflu/frequently_asked_questions/vaccine_preparedness/safety_approval/en/index.html

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

Segurança da vacina

A Autoridade Nacional do Medicamento (Infarmed) esclareceu hoje que o adjuvante contido na composição das vacinas aprovadas na Europa contra a gripe A (H1N1) tem sido utilizado noutras vacinas sem que tenha sido identificado qualquer risco significativo.

Fonte: http://saude.sapo.pt/artigos/noticias_actualidade/ver.html?id=1027383

terça-feira, 27 de outubro de 2009

Vacina pandémica

A afirmação de que os benefícios da vacina são muito superiores aos riscos não é uma opinião pessoal. A vacina pandémica é recomendada pela OMS, CDC, ECDC e por todas as direcções gerais dos países conhecidos. A vacina da Gripe só é utilizada porque foi autorizada por entidades independentes das outras já referidas, como a Agência Europeia do Medicamento e Food and Drug Administration. O facto das primeiras entidades recomendarem a vacina e as segundas referidas aprovarem o seu licenciamento, é que fundamenta a utilização da vacina e, portanto, não se baseia em opiniões pessoais.

Mas este fundamento tem sido posto em causa pelos novos meios de comunicação (youtube, twitter, blog’s, etc) por pontos de vista que, pela sua natureza, chamam à atenção das pessoas e são disseminadas com rapidez, e que vão desde opiniões pessoais não fundamentadas até a interpretações fantásticas sobre a pandemia e a vacina da gripe.

Um aspecto importante a referir é que a difusão do conhecimento técnico e científico ainda obedece a regras clássicas (aprovação, publicação, disseminação) sendo portanto morosa, enquanto a difusão do rumor/boato é muito mais rápido mesmo que as fontes não sejam credíveis e o seu conteúdo faça pouco sentido.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Vacina pandémica - bibliografia

No sentido de tentar contribuir para a disseminação do conhecimento disponível sobre a vacina pandémica e a importância da vacinação, disponibilizam-se 3 referências bibliográficas sobre o assunto:

Pandemic influenza A (H1N1) vaccines in the European Union. Eurosurveillance. 14: 41 (October 2009)1-9.
http://www.eurosurveillance.org/ViewArticle.aspx?ArticleId=19361

Should healthcare workers have the swine flu vaccine?: Editorial
www.bmj.com/cgi/content/full/339/aug25_2/b3398

Willingness of Hong Kong healthcare workers to accept pre-pandemic influenza vaccination at different WHO alerts: two questionnaire surveys.
www.bmj.com/cgi/content/abstract/339/aug25_2/b3391

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Escolas

Devido ao facto de serem considerados locais de forte propensão para a expansão do vírus, tem-se vindo a prestar muita atenção nos últimos meses à abertura das escolas.

Um possível surto originaria desafios para professores e funcionários (ao nível do absentismo), pais (decisão sobre onde e quem fica com as crianças) e alunos (possível perda de matéria escolar), o que se reflectiria no normal funcionamento da sociedade.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Vacina

Registou-se nos últimos dias uma maior afluência na procura da vacina sazonal comparativamente aos anos anteriores.

Este aumento da procura pode reflectir uma preocupação acrescida da população fomentada pelas notícias relacionadas com a vacina da Gripe A. No entanto, as autoridades de saúde alertam para o facto de a vacina sazonal não conferir imunidade ao vírus da Gripe A. Deste modo, é importante que as vacinas contra a gripe sazonal sejam em primeiro lugar destinadas aos grupos de risco.

No que diz respeito à vacina pandémica, já foi autorizada pela FDA (para utilização nos Estados Unidos) onde se prevê o inicio da sua aplicação para finais de Setembro. Entretanto aguarda-se o licenciamento europeu que deve estar para breve, de forma a permitir o inicio da vacinação provavelmente para decorrer no próximo mês de Outubro.

Espera-se que, com a difusão de informação mais precisa sobre as características da vacina pandémica, muitas das reservas que se têm manifestado em relação à segurança da vacina se dissipem.

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Gripe A em Portugal

De acordo com os relatórios e comunicados emitidos pelo Ministério da Saúde, na semana entre 14 a 20 de Setembro de 2009 foram identificados 2213 novos casos de Gripe A, o que perfaz o valor cumulativo de 11831 de casos em Portugal.
No dia 23 de Setembro registou-se em Portugal o primeiro caso de morte num doente com Gripe A.
A incidência da Gripe A tem-se mantido estável e aparentemente diminuído. No entanto, é necessário ter em conta que após 21 de Agosto deixou de haver confirmação laboratorial de todos os casos, pelo que estas comparações passaram a ser difíceis.

De qualquer forma, o país deve manter o alerta, uma vez que o Outono/Inverno se aproxima (altura em que os vírus circulam com mais facilidade) e continuar a preparar-se para o pior cenário admissível.

A informação hoje disponível dos países do hemisfério sul, onde o inverno está acabar é que até ao momento a incidência da Gripe tem-se situado em valores francamente mais baixos do que os do pior cenário admissível.

Na Austrália por exemplo onde o sistema de informação de saúde parece razoavelmente fidedigno, a incidência da onda epidémica deste inverno deve ser situada em valores próximos dos 15%.

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Ler +, Agir contra a Gripe

No âmbito do Projecto “Ler +, Agir contra a Gripe” foi produzido um livro sobre a prevenção da gripe intitulado «O Nuno escapa à Gripe A» para ser utilizado no inicio do ano lectivo por professores, educadores, pais e todos os outros técnicos que queiram desenvolver actividades educativas com crianças, na escola ou em casa, nas bibliotecas escolares e nas bibliotecas públicas ou em espaços de tempos livres sobre a temática da Gripe.

O livro encontra-se disponível em formato pdf e pode ser lido e ouvido na Biblioteca de Livros Digitais do Plano Nacional de Leitura “O Nuno escapa à gripe A”.

Mais informação em: http://www.planonacionaldeleitura.gov.pt/ e http://www.dgs.pt/

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Incidência de infecções pelo vírus H1N1 em Portugal

Algumas notícias recentes sobre o facto de Portugal ser o segundo país europeu com maior incidência de infecções pelo vírus H1N1, tem gerado alguma confusão no espaço público, uma vez que se fala de taxas de incidência sem uma explicação conveniente do que isso significa.

Existe incidência calculada a partir dos casos de gripe confirmados. Outra coisa é a incidência calculada com base nos casos corfimados e nos casos estimados. Outra coisa ainda é calcular a incidência com base nos casos confirmados, sem ter em conta as estimações.

Os cálculos das incidências variam de país para país, o que não permite a realização de comparações como as que têm vindo a público.

Estas comparações só eram possíveis numa primeira fase, em que todos os países confirmavam laboratorialmente todos os casos suspeitos. Neste momento, depende da qualidade das estimações e é altamente improvavel que Portugal seja o segundo país europeu com maior incidência de infecções pelo vírus H1N1, quando se sabe que em países como Espanha e Alemanha, para além do Reino Unido, é maior.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Gestão Local da epidemia de Gripe



A curva epidémica nacional (mais ou menos com a duração de 12 semanas) será um somatório de epidemias locais (mais ou menos de 3 a 4 semanas).

A vigilância epidemiológica local ajuda a determinar a activação/desactivação das medidas previstas nos planos de contingência e a preparar adequadamente a população para agir.

Os indicadores para a gestão local exprimem-se pelo número de consultas de clínica geral, número de consultas de casos com Gripe, absentismo, número e características dos clusters organizacionais e número de internamentos (Gripe e Pneumonia).

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

1. Gripe Pandémica - Ponto de Situação
Observa-se uma aceleração no aumento do número de casos de Gripe A, que atingiram no dia 20 de Agosto os 1877 casos, tendo-se verificado que a partir do dia 14 de Agosto, data na qual Portugal atingiu e superou a barreira dos 1000 casos de Gripe A, o número de casos de origem desconhecida superou os de outra origem.
Continua a observar-se que uma proporção importante dos casos é diagnosticada no Algarve, onde a circulação do vírus na comunidade continua limitada e dispersa (não se observa nenhum foco epidémico).


2. Gripe Pandémica – cenários imediatos
Dado o aumento do número de casos, é de esperar que situações clinicamente complexas se manifestem mais frequentemente. A situação será mais difícil durante o mês de Setembro com o regresso de férias, a abertura das escolas e um clima social próprio do período pré-eleitoral.

3. Incidência da Gripe e casos confirmados laboratorialmente
Tem-se observado que, mesmo numa fase precoce do processo pandémico, o número de casos reais supera em muito o número de casos confirmados laboratorialmente.

“… As of 27 May 2009, there had been 820 confirmed cases in New York City,
of whom two had died, resulting in a computed CFR of 0.2%. A telephone survey
estimated that in fact 250,000 cases had occurred in that city of 8.3 million
inhabitants, resulting in an estimated CFR of 0.0008% [8,9]. In the United
Kingdom (UK), there were 28 deaths reported for a documented 10,649 cases as of
16 July 2009 and a computed CFR of 0.26%. However, health authorities estimated
that the cumulative number in the UK on that date was 65,649 cases and 28
deaths, which corresponds to an estimated CFR of 0.04% ”.
Eurosurveillance,
Volume 14, Issue 33, 20 August 2009 - Epidemiology of fatal cases associated
with pandemic H1N1 influenza 2009
L Vaillant1, G La Ruche, A Tarantola, P
Barboza, for the epidemic intelligence team at InVSFrench Institute for Public
Health Surveillance

4. Anúncio do Ministério da Saúde
O Ministério da Saúde anuncia uma nova etapa na resposta à ameaça pandémica. Durante a presente semana, o Ministério da Saúde anunciou que se processa a transição de uma etapa destinada a procurar conter a expansão da Gripe e a preparar os planos de luta contra a mesma para uma nova etapa em que o enfoque será na resposta às necessidades dos doentes e activação dos planos de contingência.
Isto quer dizer que os casos de Gripe A deixarão de ser, por rotina, confirmados laboratorialmente, passando o diagnóstico a ser clínico. Os Hospitais passarão a tratar exclusivamente os casos cuja gravidade o justifique, passando certas situações a ficar a cargo dos Cuidados de Saúde Primários.
Nesta nova etapa a DGS fará um ponto de situação relativa à evolução da Pandemia semanalmente e não diariamente como até então.

5. Linha Saúde 24
A Linha Saúde 24 tem experimentado dificuldades na resposta a um número sempre crescente de solicitações.

Já (…) eram noticia as dificuldades no atendimento – durante o pico da gripe
sazonal – 30% das chamadas ficavam por atender (Diário de Noticias, 20 de Agosto
de 2009).
A Linha Saúde 24 está em sobrecarga, a receber uma média de 6 mil
chamadas por dia, quase o dobro do verificado há dois meses, altura que já
perdia centenas de telefonemas diariamente (Público, 10-07-09).
Saúde 24
devia conseguir atender até 10 mil chamadas por dia mas só consegue dar resposta
a cerca de um terço (Diário de Noticias, 20 de Agosto de 2009).
No Centro de
Saúde de Portimão, a simples menção do serviço levanta um coro de críticas.
“Esqueça a linha, não funciona”, atira um rapaz que ouvia a conversa por perto
(Visão, 20 de Agosto de 2009).
“(…) A enfermeira disse-nos para ligarmos para
a linha Saúde 24, mas alertou para as duas horas de espera. Se não fossemos
atendidos, devíamos seguir para o hospital de Faro. Após várias tentativas,
fizemo-nos à estrada”, conta um jovem infectado (Jornal I, 17 de Agosto de
2009).

Planos de Contingência - 12 Princípios de boas práticas

  1. Não inventar o que já se sabe: alinha-se pelas orientações nacionais em matéria de Saúde Pública (microsite da gripe, em www.dgs.pt).
  2. É específico de cada organização: parte sempre de um bom diagnóstico das especificidades da empresa.
  3. É simples: sintetiza o essencial de forma simples, para poder ser facilmente partilhado por todos os que nele intervêm (anexos técnicos para os detalhes).
  4. É muito mais do que um documento: é um veículo para o envolvimento de toda a organização na preparação para a epidemia de gripe, um instrumento para uma clara distribuição das tarefas previstas para todos os colaboradores e um meio para calibrar e partilhar “expectativas inteligentes” sobre os resultados da sua aplicação.
  5. Define expectativas inteligentes a partir dos seus objectivos: não é possível evitar a pandemia e alguns dos seus efeitos, mas é possível (i) dificultar a transmissão da doença; (ii) contribuir para um diagnóstico, isolamento e tratamento precoce dos doentes; (iii) promover a protecção dos sãos, principalmente os mais vulneráveis; (iv) assegurar a continuidade das principais funções da organização.
  6. Realiza os seus objectivos inovando sempre que possível: a necessidade de responder à crise pandémica pode ser um estímulo para inovar processos, procedimentos, serviços e produtos.
  7. É preciso sobre quando activar que medidas: estabelece claramente as circunstâncias concretas em que cada uma das medidas que prevê deve ser activada.
  8. Centra-se numa estratégia de informação e comunicação: esta atravessa horizontalmente todos os objectivos de plano de contingência e inovação.
  9. Define claramente um dispositivo de gestão: identifica as pessoas que o gerem, o modo como se relacionam com a administração da organização, com as autoridades de saúde ou outras entidades relevantes para o caso particular de cada organização.
  10. Articula-se com os PCIs de organizações que partilham interesses comuns: uma epidemia envolve o conjunto da comunidade – é importante que todos assumam igualmente a “responsabilidade social” que lhes corresponda.
  11. Plano por ensaiar não é plano: é necessário testar todos os seus aspectos operacionais, a tempo de serem accionados quando necessário e ajustar o PCI de acordo com os resultados desses ensaios.
  12. É actualizado regularmente: dessa forma incorpora-se atempadamente o novo conhecimento que entretanto se tornou disponível, assim como as alterações nas orientações das autoridades sanitárias entretanto verificadas.

Expectativas inteligentes face à gripe pandémica

Para superarmos razoavelmente a pandemia da gripe é importante preparámo-nos o melhor possível – mas é igualmente fundamental assumirmos expectativas inteligentes.

É possível:

  • Minimizar os efeitos da pandemia de gripe;
  • Contribuir para evitar “picos” epidémicos excessivos que desorganizam a comunidade tornando a acção dos serviços de saúde muito difícil;
  • Evitar a “cidade da gripe”, deprimida, que perdeu a confiança e a auto estima, “derrotada” perante o desafio pandémico;
  • Assegurar um funcionamento de serviços de saúde que corresponda a expectativas razoáveis face às circunstâncias.

É possível:

  • Isolar rapidamente os doentes sem os “excluir”;
  • Proteger os sãos daqueles que foram expostos à infecção;
  • Proteger os mais frágeis do risco de infecção, com a sua colaboração;
  • Assumir comportamentos de distanciamento social, sempre que existam indicações que o vírus circula na comunidade.

É possível:

  • Manter as organizações a funcionar, assegurando a “continuidade do negócio”, adaptando-o às circunstâncias;
  • Tirar partido da crise para inovar processos, procedimentos, serviços e produtos, em todos os domínios.

Não é possível:

  • Evitar a pandemia da gripe;
  • Deixar de experimentar alguns momentos difíceis quando a doença atingir uma incidência elevada;
  • Eliminar totalmente as complicações da gripe, mesmo sabendo que elas se observam habitualmente numa percentagem muito pequena dos casos;
  • Fazer com que, repentinamente, o país, as instituições e as pessoas atinjam a perfeição.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Comunicação Pública 03

Já está disponível a Comunicação Pública 03, do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica, onde constam os seguintes pontos:

1. Gripe pandémica: evolução em Portugal
2. Conhecimentos, comportamentos e percepções sobre a Gripe pandémica nos colaboradores de um conjunto de organizações empresariais portuguesas com “planos de contingência”
3. Conhecimentos, comportamentos e percepções sobre a Gripe pandémica nos sócios de uma Associação de Diabéticos
4. Planos de contingência e expectativas inteligentes

Acessivel em:

Comunicação Pública 03

segunda-feira, 10 de agosto de 2009

Aparecimento dos primeiros casos com gravidade clínica



Pela primeira vez, numa altura em que o número de casos ultrapassou os 400, observam-se os primeiros 2 casos clinicamente graves, actualmente hospitalizados, no Hospital São João (Porto).

Numa análise publicada no BMJ (Garske, T, et al, 25 de Julho 2009), referente à situação em 10 de Julho, apresentam-se estimações (com um intervalo de confiança de 95%) em relação as “taxas” de fatalidade e hospitalização da nova gripe em diversos países:

Pensa-se que a discrepância entre as Américas e a Europa é atribuível essencialmente às diferenças na estimação do denominador dos rácios (número total de casos). O rápido crescimento do número de casos nas Américas fez com que um número significativo destes casos – possivelmente os de expressão menos intensa – não fosse contabilizado.

Aspectos críticos da evolução da Gripe pandémica em Portugal

Tem aumentado o número de casos sem origem identificada.
Dos 29 casos sem link conhecido, 2/3 referem-se apenas à Região do Algarve.
A semana de 2 a 7 de Agosto totaliza o maior número de casos (157) confirmados em Portugal.

Estes dados indicam que o vírus da Gripe circula no Algarve, apesar de ainda de forma limitada e provavelmente localizada.

Durante o mês de Agosto acentuam-se os fluxos populacionais estivais – situação propícia a “transportar” o vírus da gripe de uma comunidade para a outra. O mesmo se pode dizer dos “regressos a casa” no fim da primeira quinzena de Agosto, no fim do mês de Agosto e no fim da primeira quinzena de Setembro.

Aprender com a experiência dos outros

Nos dias 27 e 28 de Julho, duas equipas técnicas da Direcção-Geral da Saúde visitaram o Reino Unido e a Espanha, no sentido de tirar partido da aprendizagem realizada nestes países no decurso da actual pandemia, para benefício do trabalho em curso no nosso país.

Na evolução da pandemia "vamos cerca de 8 semanas atrás do Reino Unido e Espanha". isto não quer dizer necessariamente que manteremos essa distãncia. mas quer dizer que vamos ter mais algum tempo para nos prepararmos e aprender com a experiência dos outros.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Utilização de máscaras

De acordo com o ECDC (European Centre for Disease Prevention and Control)não existe evidência observacional ou experimental contra ou a favor da utilização de máscaras pelo público, em relação à gripe. O CDC de Atlanta (Centre for Disease Control and Prevention) - EUA - está a patrocinar estudos para obter esclarecimentos neste sentido.

O objectivo de utilizar uma máscara, fora de casa, é reduzir a transmissão do vírus nos locais públicos. Existem discussões consideráveis acerca da eficácia da sua utilização e sobre o tipo de máscaras a recomendar (simples, cirúrgicas, mais complexas, com filtro).

Independentemente de estar definido ou não o tipo de máscara mais eficaz, recomendar e disponibilizar máscaras não é suficiente. São fundamentais alguns conselhos práticos sobre a sua correcta utilização e eliminação.

A má utilização, reutilização de máscaras contaminadas e o ajustamento constante da à face, pode contribuir para contaminar as mãos, aumentando a possibilidade de transmissão do vírus.

Apesar de não existirem ainda recomendações expressas, a máscara poderá funcionar, pelo menos, como uma barreira física contra o vírus. Informação especifica sobre a utilização de máscaras em www.dgs.pt.

É fundamental ter em consideração que utilizar uma máscara tem diferentes significados, de acordo com o contexto e cultura onde nos inserimos. Na nossa sociedade estamos habituados a ver com máscara pessoas doentes. Noutros países, como alguns asiáticos, a máscara é utilizada por pessoas saudáveis, para se protegerem de possiveis contaminações. Ao utilizar máscara, devemos saber em que contexto estamos e explicar o objectivo da utilização, de forma a evitar reacções excessivas por parte dos outros.

É preciso compreender que a máscara não é uma verdadeira forma de protecção, pelo que não deve gerar uma falsa sensação de segurança, que conduza a atitudes e comportamentos que facilitem uma possivel transmissão do vírus. As medidas de protecção indivuidual devem portanto ser mantidas.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Empresas debatem o tema Gripe A

A Associação Empresarial de Portugal organizou no passado dia 21 de Julho uma sessão sobre o tema “GRIPE A (H1N1)V - RESPOSTA DAS EMPRESAS À PANDEMIA” em colaboração com a Administração Regional de Saúde do Norte e com a Autoridade Para as Condições de Trabalho.

Abordaram-se temas como a evolução da situação da Gripe A, suas consequências, planos de contingência das empresas e efeitos da Gripe no absentismo laboral.

A apresentação sobre absentismo laboral, realizada pelo Dr. Miguel Costa, em representação do Centro Local do Ave da Autoridade para as Condições de Trabalho, está disponivel em:

http://www.aeportugal.pt/areas/internacionalizacao/docs/actividades2009/eventos/GripeA/ACT-Absentismo-conferenciaAEP.pdf

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Reflexão prospectiva - Estar sempre um passo à frente do processo pandémico

A situação evolui continuamente, de local para local, assim como evoluem os conhecimentos sobre as especificidades desta epidemia e dos instrumentos disponiveis para lhe fazer face.

É necessário acompanhar continuamente esta evolução e olhar sobretudo para:
Resposta social associada aos serviços de saúde;
Preparação para a abertura do ano escolar;
Sensibilização das populações com maior risco de infecção.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

2ª Comunicação do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica

A qualidade da resposta social à evolução da pandemia de gripe é um elemento essencial à mitigação, acima de tudo, dos seus efeitos no país. O seu estudo retrospectivo e a sua antecipação prospectiva pretendem contribuir para a melhoria da qualidade dessa resposta.

Observou-se nos últimos 10 dias uma inflexão significativa na resposta social à gripe pandémica, que pode atribuir-se principalmente a três factores:
- Aceleração no aumento de casos de Gripe, na sua maioria ainda “casos importados”;
- Aparecimento de uma cadeia de transmissão limitada (“cluster”) em torno de um colégio (7 casos no total);
- Conhecimento de situações adversas em casos de gripe, noticiadas a partir do Reino Unido

Clique aqui para aceder ao Relatório

quarta-feira, 15 de julho de 2009

A vacina sazonal 2008/2009

A composição da vacina sazonal para o Outono/Inverno (estação da gripe) 2008/2009, pode ser visualizada em http://www.infarmed.pt/infomed/download_ficheiro.php?med_id=3528&tipo_doc=rcm.

Todavia, esta é uma informação que requer algum conhecimento especifico para a sua correcta compreensão.

Neste sentido, aqui o papel do blog é apenas o de disponibilizar informação.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

A vacina sazonal não inclui o vírus pandémico

A vacina da gripe sazonal é constituída pelos 3 vírus que a Organização Mundial de Saúde considera que têm maior probabilidade de circular no Hemisfério Norte durante a próxima estação de gripe (Outono e Inverno).

A vacina que circulará em Portugal, e noutros países do Hemisfério Norte, depois do Verão, não inclui o vírus pandémico, porque este não estava suficientemente bem estudado aquando da decisão sobre a constituição da vacina.

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Activar respostas inteligentes na rede familiar

O primeiro passo a dar no planeamento pessoal e familiar para uma pandemia de gripe é estar-se informado.

Um correcto planeamento na nossa rede familiar, prepara-nos para agir contra a Gripe.

Devemos colocar questões fundamentais, para as quais temos a tarefa de procurar respostas:
· Que fontes de informação temos disponíveis?
· Temos garantidas as necessidades especiais (para os doentes crónicos, por exemplo)?
· Quem tomará conta dos meus filhos, se eu adoecer?
· Quem cuidará dos familiares que dependem de mim?
· Que bens essenciais devo ter em casa?
· Temos meios de comunicação suficientes?
· Se a escola dos meus filhos fechar, quem tomará conta deles?
· O que fazer em caso de sintomas?
· O que fazer em caso de contacto com alguém que revele sintomas?

Procurar respostas para estas questões ajuda-nos na preparação para enfrentar a Gripe.

terça-feira, 7 de julho de 2009

A população tem um papel importante na redução da propagação da Gripe

É importante contrariar a tendência para acreditar que a população não está preparada para enfrentar uma pandemia - É necessário transmitir mensagens claras sobre quais as medidas que devem ser adoptadas para reduzir o risco de propagação do vírus.

Sabe-se à partida que é difícil motivar as pessoas para a adopção de comportamentos específicos, sobretudo se circular no espaço público informação dissonante, mas também se acredita que a forma como os indivíduos encaram as orientações oficias, depende das suas percepções e das suas crenças, pelo que as mensagens com informação válida e sintética assumem especial importância.

De acordo com um estudo realizado no Reino Unido (BMJ 2009; 339:b2651), que pretendia analisar as percepções e comportamentos da população, assim como o seu grau de ansiedade face ao problema da Gripe, concluiu-se que 37,8%, 377 inquiridos (total 997), não adoptou (nos 4 dias anteriores à realização dos inquéritos), alterações de comportamento devido à Gripe. No Reino Unido, já se apontam cenários que incluem a possibilidade de chegar aos 100 mil casos diários, até ao final de Agosto.

Portugal conta, neste momento, com 57 casos confirmados, alguns deles já de transmissão secundária (através de contacto com casos importados). É essencial reforçar a necessidade da comunidade cooperar no sentido de reduzir o risco de contágio, através da adopção de medidas especificas, como ligar para a Linha Saúde 24 (808 24 24 24) perante sintomas de gripe, evitando assim qualquer deslocação aos serviços de saúde, que poderia colocar em risco a sua saúde e a dos outros.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

1º Relatório do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica

Fazer face a uma pandemia de gripe num país ou numa comunidade dependerá não só da qualidade da informação e das orientações das autoridades de saúde, mas também da resposta de cada pessoa, rede familiar, escola, empresa ou serviço público.

O conteúdo deste relatório resulta da análise semanal da resposta social à ameaça pandémica, durante as últimas 10 semanas, com base na informação recolhida essencialmente de dois tipos de fontes: (i) comunicação social e Internet (ii) rede social dedicada do Centro de Análise da Resposta Social à Gripe Pandémica.

Clique aqui para aceder ao Relatório

terça-feira, 30 de junho de 2009

Inovar em tempo de crise

A preparação para fazer face a uma pandemia de gripe requer a adopção de novos procedimentos e abordagens – melhorar processos de comunicação, introduzir novas modalidades de teletrabalho, encontrar novas formas de servir os clientes habituais, investir na aprendizagem à distância. Esta é também uma oportunidade para a inovação.

Activar respostas inteligentes nas redes sociais de proximidade

As “redes sociais de proximidade”, são espaços de convivência mais estreita no seio da família, da escola, do emprego, dos círculos recreativos, culturais e relacionais em que nos movemos.

Agir contra a gripe” é partilhar, interpretar, descodificar informação e validar conhecimentos, antecipar o que pode acontecer, e tomar decisões sobre isso (identificar, isolar e tratar precocemente; proteger os sãos, principalmente os mais vulneráveis, assegurar funções familiares profissionais e sociais essenciais, contribuir para diminuir a transmissão da doença). Isto faz-se evitando comportamentos obsessivos ou de indiferença – aprendendo uns com os outros como gerir as exigências e os limites dos conhecimentos disponíveis, do bom senso, da acção solidária, da intrusão desnecessária.

(…) Agir é calmante. Ter algo para fazer dá uma sensação de controlo às pessoas. Constrói confiança, e torna-as mais capazes de enfrentar o medo. (…) Alertar para que as pessoas se prepararem pode acalmar todos aqueles que estão preocupados em demasia e despertar os despreocupados (Artigo de opinião, Peter M. Sandman, Adaptado de Nature, Vol. 459, 21 May 2009).

Não sendo possível evitar a pandemia há que minorar os seus efeitos, “jogando contra” todos os factores que facilitam a transmissão da doença. O objectivo é achatar a curva epidémica (Figura). Assim evita-se acumular um grande número de pessoas doentes num curto espaço de tempo, impedindo disfunções familiares, absentismo excessivo e uma grande afluência aos serviços de saúde.

Alinhar nas “regras do jogo” de um desafio global

Este é um fenómeno global para cuja compreensão é necessário juntar peças de variadíssimas origens e que requer, para a sua contenção, comportamentos concertados por esse mundo fora. A Organização Mundial de Saúde (OMS) a nível global e o Ministério da Saúde (Direcção-Geral da Saúde) a nível nacional têm aqui um papel fundamental. O que aqui se pede, é capacidade de alinhar com as “regras do jogo” deste desafio global.